Todos nós, seres humanos temos diversos vínculos emocionais ao longo da vida, e é isso que nos mantém vivos recebendo e doando afetos.

Diversas pesquisas apontam que é fator protetivo para uma vida saudável e longeva termos vínculos porque são motivos para nos cuidarmos e inversamente cuidamos do (a) outro (a).

O nosso primeiro vínculo afetivo é com nossa mãe e depois pelo nosso pai.

Dependendo de como foi esse vínculo podemos crescer com a sensação de vazio e ou rejeição, que pode ter sido real ou imaginária. Ou seja, não precisa ter ocorrido o abandono, mas foi como o bebê se sentiu nos primeiros contatos que recebeu desde seu nascimento.

Tudo o que foi vivido e as sensações ficam registrados no nosso inconsciente, comandando a nossa vida sem que saibamos.

Podemos buscar preencher essa carência e vazio com vínculos amorosos que vão funcionar como substitutos do primeiro vínculo.

Quanto mais aquela criança ferida, permanece latente dentro do adulto pode desenvolver uma dependência emocional de alguém para o qual depositará toda a sua ânsia de ser amado (a).

Explicando bem, o dependente emocional é aquela pessoa que projeta em outra pessoa a missão de fazê-lo feliz, de devotar-lhe um amor absoluto e aceitar tudo como ele quer, além de aprovar todas as suas atitudes.

Difícil não é mesmo? Quem nos devota esse amor absoluto e aceitação incondicional de quem somos são os nossos pais (em alguns casos nem isso) e exigir isso da parceria ou de um amigo é extremamente desgastante para aquele que é demandado.

Além disso, o dependente acaba se vinculando de tal forma ao objeto que passa a ter pavor de pensar em perdê-lo, então começa o controle excessivo para não o perder, além de se colocar numa posição inferior ao da pessoa amada, aceitando qualquer coisa para poder ter essa pessoa ao seu lado.

Nessa posição inferior o dependente vai sempre priorizar o outro em sua vida, abandonando-se e se esquecendo até das coisas que gosta para passar a ter uma vida totalmente focada no que o outro gosta, achando que assim segura essa pessoa em sua vida, é como uma barganha inconsciente.

Nessa posição abandona inclusive seus amigos e família para viver com amigos e família do outro, mergulha na vida alheia inteiramente.

Não faz nada sem que a outra pessoa aprove e esteja satisfeito com suas posições e suas ideias.

 É como uma criança pequena que necessita de constante aprovação dos pais para ser reconhecido, ter muito amor, reconhecimento e se sentir vivo.

Perde até suas próprias opiniões para se tornar o que imagina que agrada o outro, sua cópia fiel. Em alguns casos esse tipo de relação pode até dar certo se a outra pessoa for dominadora e vaidosa.

Porém a outra pessoa da relação, for uma pessoa saudável psiquicamente não vai quer alguém que não tenha opinião própria e o controle excessivamente.

Nenhuma relação desequilibrada, onde um está superior ao outro pode dar certo, neste caso o dependente estará sempre submetido ao amor do outro, como se sua vida dependesse do amor dessa pessoa.

Como a dependência é extrema e quase vital, o dependente emocional tem pavor de perder o (a) outro (a) e começa a criar fantasmas que assombram seus pensamentos o que o leva inclusive a ter vontade de controlar os pensamentos da outra pessoa.

Todos esses aspectos derivam do medo do abandono que pode ter origem inconsciente sem que se saiba, só se executa essa maneira de ser, se tornando uma pessoa extremamente ansiosa e por isso, controladora.

São diversos os motivos que tornam uma pessoa dependente emocional que precisam ser tratados numa boa terapia que liberte pouco a pouco a necessidade do outro, de sua atenção, aprovação e amor o tempo todo.

Com a autoestima equilibrada o dependente deixará pouco a pouco a necessidade de agradar excessivamente a quem quer que seja e se torna o seu próprio centro e a quem vai querer agradar sempre.

Na verdade, uma relação assim é um sofrimento para os dois lados, um lado persegue a permanência e ou outro corre para não “ser engolido”.

Quanto maior o medo de perder o outro maior vai ser esse círculo vicioso bem cansativo e prejudicial para os dois lados e para a relação.

A terapia consegue amenizar suas feridas emocionais e trazer para a consciência os motivos pelos quais você age dessa forma, além de resgatar seu amor-próprio que o fortalecerá  para atingir sua autonomia emocional,  te deixa livre e sem medo de perder qualquer pessoa.

Luz Marina Toledo

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